Slow Parenting: a proposta dos “pais e mães sem pressa”

Quando pais e mães não tem pressa, as crianças e bebês conseguem vivenciar a infância no seu tempo, no seu ritmo. Veja o post original no site Up to Kids.

Sai do colégio direto para a natação, da natação direto para o balet, do ballet para o curso de música, pintura, inglês etc. Chega o fim de semana e vai para várias festinhas de aniversário. A agenda dos seus filhos vai deixar você louca! Você sente que precisa se acalmar… Já ouviu falar em “Slow Parenting”?

O movimento “Slow Parenting”, em português “Pais Sem Pressa”, começou nos Estados Unidos e, muito resumidamente, significa desacelerar a rotina dos pais para desacelerar a dos filhos.

Vivemos num mundo tão apressado que muitas vezes sentimos ansiedade para estimular e preparar nossos filhos para serem os melhores em tudo. E há ainda a corrida materna (de loucos!) a qual somos diariamente bombardeadas com perguntas de outras mães, como: “O seu filho ainda não anda? Ahh, não? O meu com essa idade já corria!”. Mas qual é a vantagem disso? Para que acelerar o desenvolvimento dos nossos filhos? Será que eles estão felizes?

Claro que achamos que devemos estimulá-los, mas tudo deve ser feito com peso e medida, sem querer antecipar fases e, acima de tudo, sem os pressionar desnecessariamente. Há de se respeitar o tempo de cada criança, encontrar o equilíbrio entre as atividades e o que realmente faz com que os nossos filhos sejam crianças felizes – e é exatamente isso que o movimento “Slow Parenting” defende. Uma melhor qualidade de vida.

Os bebês precisam ser bebês e as crianças, precisam ser crianças. Nós, pais, precisamos entender isso para desacelerar e nos conscientizarmos de que não temos de ficar o tempo todo inventando brincadeiras e atividades para estimulá-los. Um ritmo demasiado acelerado pode trazer sérios problemas emocionais para os nossos filhos.

Chegou o momento de pararmos e repensarmos o nosso dia a dia. Temos que começar a valorizar os pequenos prazeres da vida, como os passeios de bicicleta, as idas ao parque infantil e o cinema no sofá. Vamos relaxar, ser felizes e deixar que eles aproveitem a infância de forma equilibrada, sem exigências nem obrigações. Concordam?

E lembrem-se: nenhuma atividade é mais importante do que estar em família!

Confiram os 10 princípios do movimento “Slow Parenting” para reflexão:

1 – Menos Gadgets, mais tempo em família

Desligue todo tipo de tecnologia por pelo menos 1 hora por dia (mais é ainda melhor) – incluindo a dos pais!

 

2 – Novas amizades

Deixe os pequenos relacionarem-se com outras crianças. O círculo social dos filhos precisa ser maior do que apenas o círculo familiar. Não tente ser o melhor amigo dos seus filhos: os melhores amigos deles têm que ser outras crianças!

 

3- Saber ouvir e saber observar

Aprenda a perceber os sinais dos seus filhos – quando estão felizes com o que fazem ou quando estão esgotados por terem uma agenda extra preenchida. Ouça-os com atenção. Afinal, o objetivo é que sejam felizes, certo?

 

4- Papel de pais

As atividades extracurriculares são importantes, pois ajudam a trabalhar a mente e o corpo, mas quando são exaustivas tornam-se prejudiciais. A melhor escola é a sua casa, e os melhores professores somos nós, pais. Assuma a importância do seu papel.

 

5- Brincar e brincar até cansar

O dever (e direito) de uma criança é brincar. Crie tempo e espaço para a brincadeira quer seja individual, com a família ou com amigos no parque.

 

6- Sem compromissos

Crianças até aos cinco anos não precisam de uma série de atividades programadas. Podem e devem fazer o que gostam e aprender de forma espontânea.

 

7 – Limites

É importante saber quando e como dizer “não”. Estabeleça limites!

 

8 – Menos é mais

A criatividade e a curiosidade pela aprendizagem, muitas vezes, nascem do tédio.

 

9 – Pratique o mindfulness

Aprenda a cultivar espaços silenciosos durante o dia e encontre tempo para esvaziar a mente.

 

10 – Dê tempo aos seus filhos

Cada criança tem o seu ritmo. Não apresse o desenvolvimento dos seus filhos. Não queira que sejam crescidos. Se acha que a fase em que se encontram dá muito trabalho, não queira imaginar como será a fase a seguir. Aproveite cada momento, porque todos eles são únicos, e, um dia, quando você perceber, todas estas fases já passaram e eles se tornaram adultos. Você vai sentir que o tempo passou voando e que daria tudo para ter mais uns minutos de brincadeira, de mimos e de palhaçadas.

Fonte: Up To Kids